UM MILHÃO DE BARATAS ESTAO NAS RUAS, Fuga de baratas mobiliza chineses

Estranho liberta 1 milhão de insetos criados para fazer remédios

O DIA

China - As autoridades sanitárias chinesas foram mobilizadas no início do mês por conta de uma emergência inusitada: mais de um milhão de baratas fugiram da fazenda onde eram criadas na província de Jiangsu, no Leste da China, país onde os insetos são utilizados na fabricação de medicamentos. A notícia foi divulgada ontem pela imprensa chinesa, e o homem que quebrou os viveiros de plástico, aparentemente apenas para libertar os insetos, ainda não foi localizado, nem identificado.

As duas principais preocupações dos cinco profissionais de saúde pública enviados às pressas à região eram evitar que a população entrasse em pânico e eliminar o maior número possível dos animais. As baratas que fugiram eram da espécie ‘periplaneta americana’, que no Brasil é conhecida como ‘barata de esgoto’ ou ‘barata voadora’.

O criadouro chinês pertencia a Wang Pengsheng, que investiu este ano o equivalente a 16,2 mildólares  (mais de R$ 38 mil) para comprar 102 quilos de ovos do inseto. A criação era alimentada, segundo ele informou à imprensa local, com “frutas e biscoitos”. A maior parte dos animais fugiu para campos de plantação de milho vizinhos à propriedade de Pengsheng.

Na medicina tradicional chinesa, baratas estão entre os insetos utilizados para fabricar remédios aplicados a pessoas com câncer, inflamações e baixa imunidade.

ONU adverte: insetos fazem bem à saúde

Em maio, a agência da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) divulgou um estudo que embrulhou os estômagos fracos, mas despontou como uma possível solução para a fome no mundo, que só tende a aumentar. Para a FAO, a saída para que a produção de alimentos no planeta não entre em colapso é começar desde já a investir na criação em larga escala de insetos. Segundo a agência, eles são ricos em nutrientes e podem ser cultivados a baixo custo. 

De acordo com a FAO, dois bilhões de pessoas na África, Ásia e América Latina (cerca de um terço da população mundial) já comem insetos das 900 espécies que são comestíveis. Ainda segundo a agência, são necessários oito quilos de alimentos para a produção de um quilo de carne de boi; no caso dos insetos, a proporção é de dois quilos de ração para um quilo de ‘carne’.