Dezenas de ativistas invadiram, na madrugada desta sexta-feira (18), o laboratório do instituto Royal Canin, em São Roque, a 59 km de São Paulo, e levaram vários animais do complexo, informaram a Guarda Municipal da cidade e a Polícia Militar (PM) da região. A manifestação foi motivada por suspeitas de maus-tratos aos bichos no local.
Os manifestantes acusam o laboratório de maltratar animais como cães da raça beagle, ratos e coelhos usados em testes laboratoriais de produtos cosméticos e farmacêuticos. Os ativistas afirmaram nas redes sociais que a empresa pretendia sacrificar os animais.
Ao Bom Dia São Paulo, o instituto Royal Canin afirmou que realiza todos os testes com animais dentro das normas e exigências da Anvisa e que a retirada dos animais do prédio prejudica o trabalho que vinha sendo realizado. Segundo o laboratório, a ação dos ativistas vai contra o incentivo a pesquisas no país.
Manifestantes disseram que o laboratório tinha mais de 200 animais no local.
A Guarda Municipal da cidade informou que o protesto reuniu 120 pessoas, e que a maior parte invadiu o complexo após quebrar um portão por volta de 2h. A corporação confirmou que muitos ativistas levaram em seus carros animais do laboratório.
A PM de Sorocaba, que atende a região, informou que 50 pessoas entraram no imóvel, deprederam áreas do complexo e levaram vários animais em carros particulares.
Até por volta das 4h, não havia registro de confronto entre policiais e manifestantes. A PM, no entanto, pretendia levar para a delegacia local representantes do movimento, que poderiam, segundo a polícia, serem enquadrados por invasão, depredação e roubo de animais. Mas até esse horário ninguém havia sido detido.
O protesto começou por volta das 20h, e ganhou maior adesão no fim da noite. Os ativistas passaram boa parte da madrugada no local.
Segundo relatos de manifestantes, foi possível ouvir latidos supostamente de dor de cães.
No fim da noite de quinta-feira (17), a Polícia Civil de São Roque informou que registrou um boletim de ocorrência sobre a denúncia de maus-tratos.
Os manifestantes cercaram o complexo e tentaram vistoriar veículos do laboratório. Houve um princípio de confusão porque um dos motoristas da empresa se negou a abrir o carro.
A Guarda Municipal enviou quatro equipes ao local, duas para cada portão da empresa. A PM informou que deslocou 6 equipes por volta das 3h30.
O protesto acontece desde sábado (12), mas ganhou adesões nesta quinta por causa de boatos de que a empresa estava preparando a retirada e o sacrifício dos animais, depois que três vans e um caminhão de pequeno porte entraram no laboratório durante a tarde.
Uma reunião estava marcada para o fim da tarde desta quinta-feira, com a presença de ativistas dos direitos dos animais, funcionários da prefeitura e representantes do laboratório. O encontro foi cancelado porque a empresa informou que, por segurança, não mandaria um representante.
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