SÃO PAULO - Depois de almoçar com Marina Silva nos Jardins, em São Paulo, nesta quinta-feira, o presidente do PSB, Eduardo Campos, afirmou que o nome do cabeça da chapa ainda não está definido, e só será discutido em 2014.
— É preciso começar a aliança não pelos nomes, é preciso começar pelo conteúdo — disse Campos.
Para ele, se o acordo com a Rede nascesse com o nome do cabeça de chapa já definido estaria se repetindo “os mesmos erros” da política tradicional. Campos descartou uma disputa com a ex-senadora, que aparece à frente nas pesquisas de intenção de voto, pelo posto.
— Se alguém imagina que vai ter problema entre Marina e eu para que a gente possa organizar isso está redondamente enganado.
Marina disse que endossava as palavras de Eduardo e que a união entre Rede e PSB quer inverter a lógica da política brasileira.
— O que acontece tradicionalmente: faz-se uma aliança eleitoral, ganha-se o governo e depois inventa-se o programa.
Marina disse que a sua aliança com Campos é uma “união de anões”, numa ironia à declaração dada pelo marqueteiro da presidente Dilma, João Santana. Em entrevista à revista Época do último fim de semana, Santana foi enfático: “A Dilma vai ganhar no primeiro turno, em 2014, porque ocorrerá uma antropofagia de anões. Eles vão se comer, lá embaixo, e ela (Dilma), sobranceira, vai planar no Olimpo”.
— Acho que essa união de anões poderá nos trazer uma coisa nova — salientou a ex-senadora.
No encontro, Marina e Campos decidiram que, no dia 29 será realizada uma reunião entre integrantes da Rede e do PSB para iniciar os debates sobre o conteúdo programático da aliança. O documento servirá de base para o programa de governo para a eleição presidencial do próximo ano.
A ex-senadora fez ainda uma referência indireta à decisão do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos principais nomes da bancada ruralista, de romper as negociações para apoiar Campos nas eleições do próximo ano. Caiado disse que estará com o senador Aécio Neves (PSDB), em 2014.
— Obviamente, que aqueles que não compreenderam que não dá mais para continuar nesse ciclo vicioso (da política tradicional), até já (estão) procurando outros lugares para poder ficar na mesma frequência.
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